INTRODUÇÃO


INTRODUÇÃO

Montamos esse blog com o intuito de relatar as experiências vivenciadas pelas Drag Queens, mostrar como são suas vidas, tanto no período matutino quanto noturno.

Queremos quebrar as barreiras existentes referente a este assunto. Mostrar o seu mundo e as diferenças, por exemplo, entre os travestis, transexuais e as drag queens.
Este blog contém, além de informações baseadas em pesquisas em internet, entrevista com a Drag Victória Vipper, curiosidades, imagens e video. Confira!

Drag Queen e sua história

Existem várias definições para a origem da palavra Drag Queen. Uns dizem que num significado amplo seria “homem que se veste de mulher” ou então, ao pé da letra, “rainha dragão” e ainda existe a teoria de que esse termo foi criado nos tempos de Shekspear, onde os atores se caracterizavam de mulher, para fazer algum personagem feminino, pois não havia atriz. Então, para diferenciar era usada a sigla DRAG que significa dress as a girl (vestir-se como uma menina).

Enfim, apesar de todas essas definições Drag Queens são homens que se vestem provisoriamente com roupas femininas exageradas, muita maquiagem, brilho, cores vibrantes, cílios postiços, glamour, plumas e paetês. As Drags são personagens descontraídas, bem humoradas, preocupam-se com a moda e valorizam o estético.

Seu trabalho é totalmente artístico, e não altera no modo de vida. Elas podem ser heterossexuais, homossexuais ou bissexuais. Fazem apresentações, na maioria das vezes, em boates e bares LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis), mas também atuam para animação em festas, correio elegante, telegramas animados, peças teatrais, e algumas ainda se destacam nos meios de comunicação, como por exemplo, Isabelita dos Patins, Léo Áquilla e Dimmy Kieer (ex-BBB Dicesar).



O fenômeno das “drags” surgiu nos grandes centros urbanos, como Londres e Nova Iorque, no final dos anos oitenta, e na década de 90 houve grande emergência desse movimento. No entanto, há relatos de casos raros desde a década de 70, como o da transformista Laura de Vison.

Com o desenvolvimento da “cultura club”, que inaugurava uma série de comportamentos que iriam mudar a cara da juventude brasileira, as drags apareceram nas principais cidades do país como São Paulo e Rio de Janeiro, a partir de 1991.

Não Confunda !

Nesse tópico iremos explicar as diferenças entre as tribos urbanas. Se procurarmos no dicionário irão aparecer algumas definições, para cada estilo de gênero, infelizmente são respostas restritas e exatas. Então realizamos algumas pesquisas e esperamos sanar algumas dúvidas sobre esse assunto.

Homossexualidade: Pessoas que tem relações sexuais e afetivas com pessoas do mesmo sexo.

Travestismo: Pode se referir tanto ao homem quanto a mulher que se vestem e assumem características físicas e psicossociais atribuídos ao sexo oposto.

Transformismo: É a pura arte de se vestir como o sexo oposto para realizar um personagem. Os artistas podem ser heterossexuais, homossexuais e bissexuais.

Transexualidade: É a pessoa que recusa totalmente o sexo que lhe foi atribuído pela natureza. Uns dos seus objetivos é que a sociedade aceite o sexo que está em seu psicológico e tem o desejo de adequar seus genitais para o seu neuropsíquico.

Drag Queens: São homens que se vestem de mulheres para sair à noite, nos clubes. Seu objetivo não é se passar por mulher, querem simplesmente se divertir, com todo o glamour e requinte que os eventos e festas lhe oferecerem. Necessariamente uma drag queen não precisa ser gay é um estilo de vida fantasiosa com muitas plumas e paetês.

Entrevista feita em 21 de abril de 2012 em Taboão da Serra no Parque Pinheiros.


Fomos muito bem recepcionadas por Victor (entrevistado) e seu amigo Guilherme. Ele nos forneceu todas as informações e curiosidades que precisávamos para entender mais profundamente como é a vida de uma Drag.
No início da entrevista estávamos todos tímidos e  fechados, mas conforme fomos conversando descobrimos que Victor é uma pessoa simpática, comunicativa, extrovertida e carismática.
Ficamos por volta de 2h conversando tanto da sua vida pessoal como profissional, o modo de ser de Victor e de sua personagem Victoria Vipper, seus hobbies, seus objetivos, etc.

Durante a semana seu trabalho é na Editora Abril como operador de telemarketing. Victor começou a se interessar por Drag com 16 anos, ao frequentar boates GLS. No início ainda havia um certo preconceito por sua parte, que imaginava ser um mundo promíscuo, mas com o passar do tempo e conhecendo mais de perto as Drags, percebeu que se tratava de um trabalho artístico. Sua família sempre aceitou seu personagem . Sua mãe Dona Ivone e sua afilhada Lara são seus fãs número 1.
Iniciou seus eventos aos 20 anos e hoje, aos 24 anos, faz shows em diversas boates por todo o Brasil, como por exemplo na Danger, que se localiza na República, e a Blue Space, na Barra Funda, onde Victória considera um de seus maiores shows. Suas apresentações podem variar de preço, de R$ 50,00 a R$ 1.500,00 reais, quando são realizadas em outros estados. Os estados mais visitados são Ceará e Roraima. 
Escolheu o nome Victória, por ser o feminino de seu nome, e Vipper que significa víbora em inglês.
Por ser uma pessoa extremamente consumista, Victor possui diversos figurinos e perucas que variam de R$200,00 a R$1.500,00, além de gastos com saltos, maquiagem e transporte.
Apesar de ter um belo corpo, ele não faz nenhum tipo de atividade física, principalmente por falta de tempo, mantem o corpo somente com a dança.
Sobre seus planos futuros, Victor nos disse que não tem vontade de fazer qualquer tipo de curso superior. Terminando o Ensino Médio, iniciou um curso tecnólogo de Radiologia, mas não concluiu, ele disse que teria que decidir entre dinheiro e estudo, e optou por dinheiro.

Para se transformar na Victória Vipper, Victor não tem nenhuma dificuldade, apenas demora um pouco mais para se maquiar. Em relação a peruca, ele não quis revelar o segredo para fixá-la na cabeça, disse que somente as Drags sabem! Um fato curioso é que quando o brinco é muito pesado, eles usam super bonder para não cair, sengundo ele, a salvação de todas as Drags é o super bonder.
Antes das apresentações ele não faz nenhum ensaio, apenas deixa fluir conforme a música, que ele próprio escolhe. E o que mais o encanta nessas apresentações são os aplausos.
Para continuar atuando nessa área, ele acha que é possível até os 30 anos, pois o grupo mais jovem, na maioria das vezes, tem mais facilidade para apresentar determinados passos de dança, tendo assim mais presença de palco e como consequência se destacam mais que drags acima de 30 anos.
A principal característica de Victória é a simpatia, de Victor é a tranquilidade, mas não dê motivos, diz ele.

Victor concorda que ainda existe muito preconceito com Drag Queens, mas não se deixa abater por opiniões alheias, faz o que gosta sem se importar com que os outros pensam, mas agradece por nunca ter passado por situações preconceituosas.


E para finalizar, uma frase de Victor:
"Eu não gosto de passar vontade, o pior é que eu tenho vontade de tudo!"



Confira parte da entrevista!







Fotos - Victória Vipper


Banners
 Perucas
 Saltos
 Faixas
 Flyers
Adereços
 Victor e a boneca réplica de sua personagem Victória
 Réplica de Victória Vipper
 Corselet
 Vestido
 Vestido (comprado no valor de R$1.500,00)
 Corselet
 Corselet






Figurinos com penas










 Roupas

Shirley Fernanda, Nádia Goulart, Victor e Cindy Bastos ao final da entrevista

Curiosidades

Vocabulário Drag

"Alôca" - Finaliza frases que pretendem ser bem-humoradas
"Aleijo" - Problema
"Aqué" - Dinheiro
"Elza" - Roubo
"Ocó" ou "Bofe" - Homem
"Odara" - Grande, bonito, cheio de vida
"Laleska" - Pessoa cafona
"Neca" - Órgão genital masculino
"Close" - Tem vários significados, pode ser olhar, sair, dar uma volta, pessoa metida.
"Barbie" - Homossexual com corpo trabalhado
"Tia" - Homossexual mais velho
"Edi" - Ânus
"Hype" (leia-se raipe) - O que está sendo badalado
"Uó" - Tudo que é ruim

Hino das Drags

A canção I will survive, da cantora estadunidense Gloria Gaynor é considerada hino das drag queens.

Reportagens

Curso Drag Queen - matéria FANTÁSTICO - 08/04/2012




Aluno do curso de Drag Queen mostrado pelo Fantástico é demitido


O Preconceito

Infelizmente, no Brasil ainda existe muito preconceito. Mesmo sendo um país com cultura bastante diversificada, quando se trata de Drag Queens esse preconceito se torna ignorância. Isso atinge até mesmo no salário dessa profissão, na Espanha por exemplo, as Drags ganham mais de 2 mil dólares por semana e participam até mesmo de animação de festas infantis, já no Brasil ganham menos de 500 reais por semana trabalhando na maioria das vezes apenas em boates gays. Mas o problema é ainda maior, vai além da profissão, afetando também a vida pessoal.
Muitas pessoas não sabem ao certo do que se trata as Drag Queens, veem a profissão como um mundo de prostituição e vulgaridade, não compreendem ou não aceitam que seja um trabalho artístico, que Drag Queen, como qualquer um, também possui uma vida normal quando não está fazendo shows, tem família, algumas vezes até filhos, enfim, são pessoas como nós e é assim que devem ser tratados.
Trabalhar como Drag significa superar muitos obstáculos, e o maior deles é o preconceito. Este está em piadinhas de mau gosto, agressões verbais, podendo chegar a intolerância e ao ataque homofóbico.
O preconceito não está somente nas pessoas fora desse meio, estão também entre os próprios gays, que muitas vezes dizem que Drags são gays não assumidos e que querem se passar por mulher.
O que não é verdade, pois se o intuito delas fosse se passar por mulheres, não se vestiriam com trajes escandalosos, roupas coloridas e muito brilho, se vestiriam como mulheres comuns.
Encare isso como profissão, ser Drag Queen não é ser travesti, drags queens não são drags queens 24 horas por dia. São pessoas normais por baixo de toda aquela maquiagem. Homens, gays. Amam, desejam, choram...
O mundo está numa evolução constante e precisamos evoluir junto com ele, rever nossos conceitos e aceitar opiniões diferentes. Aliás, ninguém é perfeito, você também tem seus defeitos. Devemos pensar mais nisso!

RuPaul & A Corrida das Loucas

RuPaul & A Corrida das Loucas é um progama de reality show americano que passa no canal VH1 toda quinta-feira às 21h, com reprises terça às 22h, quarta às 10h, sexta à 01h e às 14h, sábado às 14h e domingo às 22h.
RuPaul, a drag queen mais famosa do mundo, apresenta uma competição onde várias concorrentes participam de diversas provas toda semana, disputando o título de America's Next Drag Queen Superstar, um prêmio em dinheiro, fornecimento vitalício de produtos de beleza e contratos publicitários.
Entre os desafios estão confeccionar um figurino tendo como inspiração os bolos, fazer uma réplica de seu personagem com massa de bolo, entre outros, tendo como júri duas pessoas famosas em cada episódio.
Nos Estados Unidos o programa já está na quarta temporada, mas no Brasil ainda está sendo apresentada a terceira.
Rupaul Andre Charles é um ator, cantor e transformista californiano que fez muito sucesso na comunidade gay nos anos 90, com o disco Supermodel of the World. É através de uma pesquisa em boates, clubes, casas de espetáculos e festas da comunidade gay, que Rupaul recruta e seleciona seus participantes.
Na verdade, o que o programa de Rupaul faz é humanizar a figura da drag queen, mostrando realmente quem são aquelas pessoas debaixo de toneladas de perucas, enchimentos e maquiagem, revelando garotos que só querem sobreviver, vencer na vida e provar para o mundo que são capazes e podem se firmar como artistas.



Participantes 4ª temporada

Rupaul